
Há dezoito anos, o Brasil se chocava com um crime cruel. Em 30 de outubro de 2002 o casal Marísia e Manfred Von Richthofen foram assassinados enquanto dormiam em sua casa, uma mansão localizada na zona sul de São Paulo em um crime friamente planejado pela filha mais velha, Suzane, com a ajuda do então namorado, Daniel Cravinhos e do irmão dele, Christian Cravinhos.
Em setembro, a plataforma Amazon Prime, lançou dois filmes que contam com diferentes perspectivas dos envolvidos, no homicídio de Marísia e Manfred Albert von Richthofen. Em um trabalho minucioso de pesquisa, os produtores, roteiristas e diretor tiveram acesso aos autos do processo, que contou com contradições, reviravoltas e uma audiência com duração de mais de 65 horas.
Como não podia ser diferente, os filmes foram polêmicos e se tornaram um dos assuntos mais comentados da última semana.
Assisti e conto pra você o que achei.

Em, “O Menino Que Matou Meus Pais”, Suzane conta a sua versão dos fatos, relatou que ao conhecer Daniel, tinha uma vida tranquila ao lado dos pais, e que o relacionamento entre eles era muito bom. Que foi com Daniel que teve o seu primeiro contato com as drogas e que ele a manipulava não só a usá-las mas também a fazia crer que os pais eram atrapalhavam o relacionamento deles e a controlavam demais.
Já em, “A Menina Que Matou Os Pais”, Daniel Cravinhos nos mostra seu ponto de vista de como os fatos aconteceram, e de como se envolveu em um dos homicídios de maior repercussão do país. Relata uma Suzane doce e meiga, mas que vivia em intensos conflitos familiares, já que seus pais eram muito rígidos. Conta que a conheceu ela já era usuária de drogas, e sempre relatava discussões com os pais e até mesmo agressões. Em um dos momentos de intimidade do casal, Daniel conta que Suzane teria se mostrado assustada, e ao questioná-la, ela teria dito ter abusada sexualmente por Manfred, seu pai.
Como uma boa amante de programas de investigação criminal, sempre que algum filme retrata um caso real, isso me interessa. E não seria diferente com um dos casos de grande repercussão como esse. Não se trata de um filme que vai trazer novos fatos ao público, ou algo que constava nos autos processuais e que não nos foram apresentados, mas sim, a versão de cada um, construída com um advogado de defesa ou não.

Carla Diaz interpreta Suzane, e o faz muito bem como uma jovem manipuladora e de personalidade forte em uma versão, e uma jovem manipulada, doce e meiga na outra versão. Quem já assistiu alguma entrevista de Suzane, sabe que ela transita muito bem nos dois mundos e creio que interpretar uma pessoa tão complexa seja desafiador.

Leonardo Bittencourt, dá vida ao Daniel Cravinhos, teve sua estreia em Malhação: Vidas Brasileiras, e apesar de não ter tanto tempo quanto Carla Diaz, não passou despercebido e acabou agradando o público tanto pelo talento quanto pela beleza.
Com roteiro de Raphael Montes (escritor de literatura policial e suspense – autor de Bom dia, Verônica) e Ilana Casoy (criminóloga e escritora de livros como Serial Killer- Louco ou Cruel), e direção de Maurício Eça (Carrossel, A menina que matou os pais e O menino que matou meus pais, é no geral um bom filme, mas acho que se o julgamento fosse mais explorado, e com isso, fossem mostradas as reviravoltas durante que ocorreram, dariam um “upgrade” na história. E se você me perguntar qual versão se aproxima do que poderia ser verdadeiro (minha opinião), diria que a versão de Daniel Cravinhos. Porém, acho que a junção das duas versões poderia retratar melhor o que realmente aconteceu desde o dia que se conheceram até o dia do crime.
Ah! Certamente você deve estar se perguntando se os envolvidos receberam dinheiro pra relatar os acontecimentos. E a resposta é não! Segundo a produtora dos filmes, nenhum dinheiro, foi ou será repassado.
E vocês já assistiram? Deixem nos comentários o que acharam e qual versão vocês acreditam ser a mais próxima da realidade dos fatos.
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